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PONTE BRANCA | Estudante passa em oito vestibulares de Medicina e conta qual é o segredo

Por Eduardo Candido 18 Fevereiro 2015 Publicado em Região
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Wanderson Batista Wanderson Batista Reprodução

O desejo de quem está estudando para o vestibular de Medicina é descobrir uma fórmula capaz de garantir a aprovação neste curso que é um dos mais disputados no Brasil, seja nas instituições públicas ou privadas.


O universitário Wanderson Batista Silva, de 20 anos, mato-grossense, de Ponte Branca (MT), uma cidade pequena, de apenas 1.720 mil habitantes, na região do Araguaia, conhece o passo a passo para chegar lá.


Ele passou para Medicina em seis universidades federais e duas particulares em 2014. Segundo ele, o segredo é o somatório de inteligência e esforço, sendo que o segundo ingrediente, na opinião dele, conta bem mais.


“A inteligência é como se fosse um talento. Mas o talento você tem que exercitar. Então eu acho que com meu esforço, ao exercitar minha inteligência, consegui o êxito”, avalia.


Wanderson perdeu a mãe com 7 anos. Nessa época, a irmã dele tinha 5. “Ela morreu de câncer, nova, aos 32 anos”, lembra.


O pai dele abandonou os filhos com a avó, uma senhora de 62 anos. A avó, dona Elizabeth Domingos da Silva, dona Bete para todos da pequena Ponte Branca, criou os netos vendendo doces.


Doce de leite, geleia de mocotó e outros. Foi ela que falou com as crianças desde cedo que o estudo é a única riqueza real, para se guardar em uma vida toda.


“Para mim, só existe a minha avó nessa vida. Não tenho apego ao meu pai. Depois da minha mãe falecer, ele abandonar a gente daquela forma, não dar nenhum suporte, não só financeiro, mas emocional também, não perdoo”, lamenta o rapaz.


A história é interessante, porque essa avó é analfabeta. “Mas parece que por isso mesmo ela nunca deixou a gente esquecer dos estudos. Quando eu estava na primeira série do ensino fundamental, mesmo ela não sabendo ler, eu pedia ajuda a ela e ela ia ouvindo minha dúvida e ia me explicando”, conta o neto, hoje se sentindo bem sucedido .


“Ela sempre achou importante estudar e sempre disse para a gente, não com essas palavras, mas mais o menos assim: o capital cultural que a gente conquista na escola é de fato um investimento”.


O menino escutou isso e levou a sério. Mas além do compromisso, estudar para ele sempre foi atrativo também. Avalia que teve bons professores, na única unidade pública que oferece ensino médio, em Ponte Branca.


Na Escola Estadual São Domingos Sávio, era daqueles alunos que grudava nos professores, querendo saber um pouco mais, que ficava depois do horário, que queria saber. Aqui vai algumas dicas de Wanderson:


Lição número um
Prestar atenção nas aulas e não levar dúvidas para casa. “Perguntava até entender tudo”, explica Wanderson. “Isso me deu uma base sólida, eu sei os conteúdos que vi na escola e lembro de tudo, porque entendi quando me explicaram”.


Lição número dois
A curiosidade é uma característica de Wanderson. Ele acha interessante saber das coisas. Por causa disso, não ficava somente no que ouvia em sala de aula. Lição número dois. Aprender com tudo que está por aí. “Eu assinei um jornal de grande circulação em Cuiabá e lia tudo, até as colunas. Com o editorial, aprendia a seguir uma linha argumentativa, muito exigida em redação”.


Lição número três
Wanderson não tinha preguiça de estudar. Fazia um cronograma e seguia religiosamente. Lição número três. Ter disciplina na rotina. “Eu cumpria meu cronograma de segunda a sábado. Chegava a resolver em média 80 questões de provas de vestibular que pegava na internet. No domingo, tirava folga”, explica.


Lição número quatro
Rapaz do interior, afirma que nunca foi de muita balada. No entanto, acredita que, para manter o equilíbrio, é importante tirar um dia para se divertir. Lição número quatro. Descansar e se distrair mantém a saúde mental. “Minha diversão sempre foi ir ao cinema e numa cortei minhas sessões aos domingos”.


Lição número cinco
Contando agora tudo parece perfeito, mas o universitário Wanderson diz que, mesmo com todas essas regras, a época de estudar para o vestibular é muito tensa. “A gente acha que vai surtar”, adverte. Lição número cinco. “É importante buscar em algum um parente, um amigo, o apoio psicológico”, sugere. No caso dele, uma tia é que deu esse suporte.


Escolhas
Wanderson, aos 18 anos, passou para Enfermagem na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ele veio para Cuiabá, fazer o curso, mas queria mesmo Medicina. Em um ano, enquanto cursava Enfermagem, estudava para conquistar uma vaga na Medicina.


O resultado do Enem deu direito de escolha a ele. Nas universidades federais do Acre, de Roraima, de Campina Grande, Espírito Santo, Rondônia e Tocantins, que foi a que ele escolheu, devido à proximidade de casa. Ele também foi aprovado em duas instituições privadas, a Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, no Espírito Santo, e a Universidade de Ribeirão Preto, em São Paulo.


“Eu sempre quis passar em Medicina e quando foram surgindo os resultados, eu fiquei feliz, porque nunca pensei que conseguiria”, comemora até hoje, um ano depois.


Neste período, ele começou a fazer aulas prática. Quer se formar e se especializar em atenção básica para voltar ao interior, onde pretende construir uma carreira, voltada para atenção básica.


Fonte: Repórter MT/Keka Werneck (com adaptações)

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